Líderes do partido enxergam na eleição de
nomes como Fernando Haddad oportunidade de resgatar imagem ética abalada com a
condenação de líderes como Dirceu e Genoino
Dirigentes
petistas ouvidos pelo iG
avaliam que a ascensão eleitoral de nomes novos como o do prefeito eleito de São Paulo,
Fernando Haddad, pode ajudar o PT revitalizar a imagem ética do
partido abalada pela condenação de lideranças históricas como José Dirceu e
José Genoino pelo Supremo Tribunal Federal por envolvimento no mensalão.
Um dirigente
petista usou uma metáfora tecnológica para exemplificar o significado para o PT
da renovação nos quadros partidários: “Haddad é o PT 2.0”.
Ao longo de 33 anos de história do PT surgiram várias novas lideranças.
A principal diferença na eleição deste ano é que a renovação vem acompanhada da
saída de cena dos condenados pelo mensalão.
“O PT sai com uma
cara muito nova que vai ajudar a desarmar os ânimos, porque hoje existe um
debate tentando nos criminalizar. O Haddad é a maior expressão dessa cara
nova”, disse o deputado Paulo Teixeira. “Ele ( Haddad)
mostra uma face muito interessante do partido que nós precisamos cuidar para
que seja bem sucedida”, completou.
Petistas citam uma
peça recorrente do discurso eleitoral de Haddad para demonstrar o poder que a
vitória em São Paulo tem para revitalizar a imagem ética do partido. Em vários
discursos Haddad disse que entra na prefeitura com a camisa limpa e vai sair
com a camisa igualmente limpa.
Além de Haddad,
outros dois nomes se enquadram na imagem do PT 2.0. Márcio Pochmann, candidato derrotado
è prefeitura de Campinas, e Elmano de Freitas, também derrotado em Fortaleza.
Os três têm em
comum os fatos de disputarem a primeira eleição, saírem de baixos índices de
intenção de voto, chegarem ao segundo turno, terem boa formação acadêmica e principalmente
nenhuma mancha no currículo.
Para cardeais
petistas, as novidades devem ocupar o vácuo político provocado pelas
condenações no julgamento do mensalão. “São novas lideranças com biografia
impoluta, refratários às acusações de corrupção, e que podem voltar a empunhar
a bandeira da ética”, afirmou um dirigente.
Renovação
Em um partido
marcado por acirradas disputas internas e pela consolidação de grupos ligados a
caciques, os petistas ressaltam a interferência do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva como fator fundamental para forçar a renovação.
“Felizmente o
partido é capaz de se renovar mas é preciso reconhecer que o presidente Lula
estimulou várias candidaturas como as de Fernando Haddad em São Paulo e Márcio
Pochmann em Campinas”, disse o senador Eduardo Suplicy.
O assessor
especial da presidência e ex-presidente do PT Marco Aurélio Garcia lembrou que
a renovação é uma vantagem do partido em relação aos adversários. “Esta eleição
mostra que o PT se renovou e que os outros não estão se renovando”, disse.
O presidente
nacional do PT, Rui Falcão, disse que a renovação é uma característica do PT
mas admitiu que, nas eleições deste ano, o fenômeno teve mais intensidade.
Falcão, no entanto, evitou vincular a ascensão de novos nomes ao julgamento do
mensalão. “A eleição de Haddad e o bom desempenho de Pochmann têm mais
influência neste processo do que as decisões do Supremo”, disse Falcão.
FONTE: Portal ig
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