Foto: Arquivo (SEEB-MA)
Em sintonia com o movimento nacional, os bancários maranhenses decidiram em assembleia realizada nesta sexta-feira (04/10) continuar em greve por tempo indeterminado, após rejeitarem a proposta apresentada pela Fenaban.
A nova proposta eleva de 6,1% para 7,1% o percentual de reajuste sobre os salários e mantém as mesmas regras da PLR do ano passado.
Para o presidente do SEEB-MA, José Maria Nascimento, a proposta dos banqueiros é rebaixada e insuficiente diante dos lucros bilionários dos bancos e dos baixos salários pagos à categoria. "O índice de 7,1% só repõe a inflação do período, representando, na verdade, somente 0,97% de aumento nos salários" - esclareceu.
Segundo o presidente, a proposta está muito aquém das expectativas dos bancários, que reivindicam: reajuste de 22%, PLR de 25% linear, contratação de mais bancários, saúde, segurança, dentre outras pautas.
Em todo o país, a tendência é que o movimento se intensifique ainda mais na próxima semana. Nesta sexta-feira, 16º dia da greve, 11.409 agências foram paralisadas nos 26 estados e no Distrito Federal. A categoria reafirma que está aberta ao diálogo e aguarda, ainda para esta semana, uma proposta decente dos patrões.
Ato público e Assembleia
Na segunda-feira (07/10) às 9h, a categoria realizará ato público, em frente ao Banco do Brasil da Praça Pedro II, no Centro de em São Luís. No fim do dia, às 17h, os bancários voltam a se reunir em assembleia, na sede do SEEB-MA, para avaliar e definir os próximos passos do movimento no Maranhão.
Nova proposta da Fenaban
Reajuste: 7,1% (0,97% de aumento real).
Pisos: Reajuste de 7,5% (ganho real de 1,34%). - Piso de portaria após 90 dias: R$ 1.138,38. - Piso de escriturário após 90 dias: R$ 1.632,93. - Piso de caixa após 90 dias: R$ 2.209,01 (que inclui R$ 391,13 de gratificação de caixa e R$ 184,95 de outras verbas).
PLR regra básica: 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.694,00 (reajuste de 10%), limitado a R$ 9.011,76.
PLR parcela adicional: 2% do lucro líquido distribuídos linearmente, limitado a R$ 3.388,00 (10% de reajuste).
Auxílio-refeição: de R$ 21,46 para R$ 22,98 por dia.
Cesta-alimentação: de R$ 367,92 para R$ 394,04.
13ª cesta-alimentação: de R$ 367,92 para R$ 394,04.
Auxílio-creche/babá: de R$ 306,21 para R$ 327,95 (para filhos até 71 meses). E de R$ 261,95 para R$ 280,55 (para filhos até 83 meses)
Adiantamento emergencial - Não devolução do adiantamento emergencial de salário para os afastados que recebem alta do INSS e são considerados inaptos pelo médico do trabalho em caso de recurso administrativo não aceito pelo INSS.
Prevenção de conflitos no ambiente de trabalho - Redução do prazo de 60 para 45 dias para resposta dos bancos às denúncias encaminhadas pelos sindicatos, além de reunião específica com a Fenaban para discutir aprimoramento do programa.
Adoecimento de bancários - Constituição de grupo de trabalho, com nível político e técnico, para analisar as causas dos afastamentos.
Inovações tecnológicas - Realização, em data a ser definida, de um Seminário sobre Tendências da Tecnologia no Cenário Bancário Mundial.
Saiba mais
Os bancários cruzaram os braços desde quinta-feira (19/09) e só retornam às atividades quando os patrões apresentarem uma proposta decente.
Os trabalhadores votaram pela paralisação depois que a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) se recusou a atender as principais reivindicações da categoria, tais como: reajuste de 22%, contratação de mais bancários, combate ao assédio moral, saúde, segurança, dentre outras.
Outro fator que fez os trabalhadores radicalizarem o movimento foi o reajuste de 6,1%. O índice é muito baixo, principalmente diante do lucro do setor, que beirou os R$30 bilhões somente no primeiro semestre deste ano.
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